Partalliance ©
Propomos, antes de dar início a um projeto inovador de desenvolvimento agroindustrial, a reflexão sobre sua finalidade. Em seguida, determinamos os valores e os princípios de ação baseados nos quais o conceito poderá ser desenvolvido com chances de sucesso.
Tudo isso constitui o ponto de partida do projeto Partalliance, com suas 10 Regras de Ouro, que lhe conferem sua força e aspecto inovador. O Partalliance revisita determinados aspectos de nosso grande sistema de referência, que é o Capitalismo, conferindo-lhe uma face mais humana, mais sustentável e menos dependente do mundo financeiro. Apresentamos novas regras de codesenvolvimento, que contribuirão com toda a sua riqueza para um projeto agroindustrial. Podemos resumi-las da seguinte forma:
1 – Não fazer grandes planos de desenvolvimento à escala do país, mas pensar em termos de região, vale ou grande superfície agrícola. Os futuros ordenamentos devem ser elaborados em termos de uma entidade geográfica específica, com as seguintes características: clima, ecossistema, tipo de população, economia, meios de comunicação, etc.
2- Desenvolver conceitos econômicos que contribuam ao máximo para a autossuficiência alimentar ou industrial da entidade geográfica onde o projeto será implementado, para eliminar a dependência dos preços internacionais e dos traders e corretores de commodities agrícolas ou industriais.
3- Integrar todas as fases de produção no mesmo programa, trabalhando por setores, desde a planta até o produto acabado. Isso permite manter integralmente as margens de lucro em cada etapa, e rentabilizar a totalidade do projeto: impedir a pilhagem dos países, através da extração de suas matérias primas do solo ou da produção de cereais, que são embarcados e transformados no país explorador.
4- Gerar localmente a energia necessária para as fábricas ou cidades, a partir da metanização de novas espécies de vegetais, como o SORGO de biomassa. Isso se faz através da cogeração: calor ou eletricidade, ou diretamente do gás metano. Propomos ainda, através da combustão dos resíduos vegetais, a obtenção de calor ou frio, ou a diminuição da importação de petróleo e/ou contenção do desmatamento.
5- Introduzir todos os requisitos para um Desenvolvimento Ético e Sustentável , através da regulamentação do projeto de acordo com as novas normas ISO 26000, que acabam de ser adotadas em 144 países do mundo.
6- Questionar os aspectos humanos no seio de cada instalação ou conceito; por exemplo, não administrar a exploração em grandes fazendas, mas dividir a superfície total em pequenos cultivos de 40 a 50 Ha e fazer um contrato com centenas de pequenos agricultores que utilizem mão de obra familiar e se beneficiem de microcréditos.
7- Garantir a regeneração das terras através de uma cultura no mínimo trianual. Devemos combater as monoculturas, como o milho, que exige irrigação permanente, a cana de açúcar, que desertifica os terrenos, e a soja transgênica. Por outro lado, devemos fazer rodízio de culturas, algumas ricas em azoto, outras que serão enterradas para a produção de húmus, outras de enraizamento superficial alternadas com vegetais de enraizamento profundo, que constituirão microgalerias, para facilitar a penetração da água e a presença de micróbios e minhocas.
8- Refrear o uso cada vez maior da mecanização e voltar ao trabalho manual , gerando emprego para as gerações futuras
9- Não utilizar sementes geneticamente modificadas
10 – Valorizar os programas através da negociação de grandes quantidades de crédito de carbono envolvido nessas operações.